domingo, 27 de maio de 2012

Noé e o Dilúvio: Breve comentário Histórico-Teológico



Não existem provas que comprovem que a narrativa de Noé e o diluvio é mitológica. Infelizmente pouquissimos conhecem a verdade dos fatos acerca da historicidade desta narrativa. Aqui pretendo fazer uma breve abordagem histórica sobre este episódio bíblico. 


A narrativa sobre Noé começa com a afirmação de que ele era um “homem justo e íntegro entre os seus contemporâneos”. Noé era correto e sincero, embora não livre do pecado. Podemos dizer que Noé, apesar de ser pecador, não havia se depravado tanto como os demais de sua época. A narrativa também diz que Noé “andava com Deus”, o que implica dizer, que, assim como Enoque, Noé possuía uma conduta marcada pela comunhão íntima com o Criador.

Algumas pessoas tem dificuldade de imaginar Deus em um estado de ira. Porém a narrativa do dilúvio mostra claramente que a paciência de Deus tem limite. Nessa história, vemos que, Deus pretendia fazer uma “reciclagem” com a humanidade. Os homens haviam passado do limite e iriam agora colher o que plantaram.

Deus mandou Noé construir uma barca que fosse resistente a catástrofe que estava por vir. Assim ele e sua família teriam como se refugiar em meio a destruição.

Incrivelmente a narrativa mostra que o próprio Deus foi o projetista da Arca. As dimensões deste navio eram, em números redondos, 135m de cumprimento, 23m de largura e 20m de altura. A partir dessas medidas podemos notar alguns fatos curiosos:
·         Um navio com tais dimensões teria um deslocamento de 20.000 toneladas e uma tonelagem bruta de 14.000 toneladas.
·         Sua capacidade de carga equivalia à de 522 vagões de trem (cada um dos quais com capacidade para 240 ovelhas), o que implica dizer que era um espaço onde poderia ser colocadas mais de 125.000 ovelhas.
·         Cientistas sérios, como o Profº Adauto Lorenço, afirmam que a capacidade da arca de Noé, era sufisciente para comportar todas as espécies de animais da terra. É importante observar que muitos animais não precisaram entrar na Arca, como foi no caso dos peixes e de muitas espécies de vermes, entre outros. Deve-se ainda lembrar que a maior parte dos animais existentes não possuem grande tamanho, e que a Arca estaria levando animais jovens, ou ainda, filhotes. Filhotes são menores e consomem menos alimento, assim como também, são mais fáceis de domesticar. Outro aspecto importante de lembrar: a hibernação de muitas espécies foi algo que ajudou muito.
·         Nem todos os compartimentos precisaram ser ocupados por animais. Os que sobraram serviam para armazenamento de mantimentos.
·         O Espírito Santo interviu de várias maneiras para ajudar Noé. Seja agindo no deslocamento dos animais, seja no controle deles.


A arca de Noé simboliza a segurança ante a destruição, ou a salvação em vista ao julgamento. Também podemos enxergar a Arca de Noé como uma alusão a Cristo, que é aquele que nos abriga.


Tratando-se do dilúvio em si, até hoje é impossível determinar a sua data exata. As estimativas o colocam entre 13.000 e 3000 a.C..

A extensão do dilúvio tem sido objeto de discussão.  Por um lado, muitos defendem que o dilúvio foi a nível mundial, por outro lado, existem muitos que acreditam que o dilúvio foi limitado a determinada região do globo. Quanto a minha opinião, creio que o dilúvio dificilmente não ocorreu em escala global, pois, entre muitas evidências podemos destacar que:
·         Os historiadores e antropólogos afirmam que em quase todas as cultura, ao redor de todo o planeta, podemos notar a presença de lendas e tradições que guardam histórias de dilúvios. Narrativas diluvianas podem ser encontradas na cultura oral dos mais diversos povos, como Assírios, Babilônicos, Persas e Gregos. Ainda hoje etnias bastante isoladas  conservam esta tradição, como é o caso de muitos grupos de aborígenes que vivem na polinésia, ou ainda, grupos de índios da América do Norte. Entre todas as versões extra-bíblicas, a mais conhecida é a famosa Épopéia de Gilgamesh, escrita a mais de quatro mil anos atrás.
·         Apesar de muitos cientistas não acreditarem em um dilúvio tão grande, ao ponto de cobrir os montes mais altos, o fato é que muitos pesquisadores sérios conseguem enxergar marcas deste acontecimento em todo o globo.
·         Contrariamente a idéia de que não havia água sufisciente para ocorrer um evento como esse, afirmo que, precisamos lembrar do fato que as condições climáticas da terra pré-diluvianas eram muito diferentes das de hoje. Pesquisadores tem concluído que a atmosfera terrestre era muito mais úmida, o que implica dizer que havia mais água caindo do céu do que imaginamos. Outro fator importante: As águas da camada meso-oceânica, juntamente com todas as reservas dos aqüíferos, foram utilizadas por Deus.
·         A linguagem dos capítulos sexto a nono de gênesis refere-se a um dilúvio de dimensões globais.

É baste interessante notarmos que um grande numero de pessoas nas últimas décadas tem afirmado que avistaram resquícios da Arca de Noé no Monte Ararat, localizado na divisa entre a Turquia e a Armênia. Recemente a imprensa internacional divulgou que um grupo de arqueólogos chineses teria realizado uma descoberta no alto deste monte e que a possibilidade de ser a Arca de Noé era de 99.9 %. Veja a seguinte reportagem publicada pelo site Terra, em 28 de Abril de 2010:


Fotos de satélites têm mostrado que no geladíssimo e inóspito Ararat existe uma anomalia geológica, que tem levado muitos pesquisadores a afirmarem que aquela seria a Arca sob a neve.

Ao contrário das idéias dos céticos contra a historicidade da narrativa bíblica do dilúvio, podemos perceber que as evidências que apontam para a realidade e literalidade desta história são muitas.


Anormalia geológica no Monte Ararat (Imagem de satélite)

Ao fim da narrativa, após as águas do dilúvio baixarem e os remanescentes novamente pisarem na terra firme, é realizado um culto ao Senhor. Nessa ocasião  Deus promete a Noé e sua família que nunca mais destruiria a terra com um dilúvio. 




REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

·        Alexander, Pat; Alexander, David (Organizadores). Manual Bíblico SBB. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 2008.
·        Dockery, David (Editor Geral). Manual Bíblico Vida Nova. São Paulo: Edições Vida Nova, 2001.
·        Bíblia de Estudo de Genebra, 2ª Edição. São Paulo: Cultura Cristã; Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 2009.
·        Bíblia de Estudo Plenitude. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 2002.
·        Ryre, Charlles. Bíblia Anotada. São Paulo: Mundo Cristão, 2009
·        Júnior, Guilherme Stein. A Torre de Babel e seus mistérios. Brasilía: Sociedade Criacionista Brasileira, 1998.
·        Lorenço, Adauto J.B. Como tudo começou. São José dos Campos: Fiel, 2007.
·        Champlin, Norman. O Antigo Testamento Interpretado. São Paulo: Hagnos, 2001.


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